domingo, 26 de agosto de 2007

NÃO, Á POLÍTICA DE CACHORRO CAPADO!

NÃO, À POLÍTICA DE CACHORRO CAPADO!

Animais que o homem historicamente aprendeu a criar para o seu próprio alimento são normalmente castrados em tenra idade. É o que ocorre com as criações de bovinos e caprimos, por exemplo, alem de suinos. Ato de violência contra seres vivos, tem a sua justificativa nos resultados da produção de alimentos em escala: a castração possibilita uma engorda rápida e um produto mais macio e saboroso.
Mas animais domésticos outros, utilizados pelo homem para fins diversos, essa mutilação, quando executada, é algo desastroso e condenável. Cães e cavalos, por exemplo, são os casos mais cartacteísticos.
A castração de um animal faz surgir um ente acomodado, sem a agressividade própria da espécie, que leva uma vida medíocre de quem vive pastando e ruminando até a hora do abate. Diferente daqueles que são perservados para a reprodução, os quais se destacam pela sua altivez, espirito de disputa e competição. Compare-se um boi reprodutor - chamado de "marruá" - ou um bode dito "inteiro", com os seus similares castrados.

Mas se a castração de animais destinados ao abate se justifica pelos objetivos previstos, a castração de cães e cavalos é uma pura violência. Quem já observou um cachorro assim mutilado ("capado", na liguagem vulgar) bem entende o drama. Ao contrário da agressividade própria da espécie, dos sentidos sempre aguçados e em alerta, temos um animal pachrorrento, que foge a qualquer disputa com os da sua espécie, sempre andando com o rabo entre as pernas. Uma lástima!

Isso tudo está sendo dito a propósito de uma comparação figurativa. Na década de 60, quando na jovem esquerda revolucionária combatiamos a política reformista capitaneada pelo chamado Partidão (o PCB), era costume se ridicularizar as propostas de conciliação de classes então vigentes como "política de cachorro capado". Era um termo que bem caracterizava o abondono de posições próprias, de classe, a submissão dos interesses dos trabalhadores aos interesses da burguesia, a recusa ao necessário combate de classe contra classe. Dizíamos: isso é uma política de cachorro capado! Era como estivessémos dizendo: vocês são uns seres despresíveis, covardes, traidores da classe que dizem representar! E eles nos respondiam: vocês são radicais e inconsequentes! Mas a história provou de que lado estava a razão.
Pois bem, estamos hoje enfrentando, a nivel da política municipal do PT, uma nova versão da política de cachorro capado. Isto está bem caracterizado nas últimas resoluções do Diretório Municipal acerca do apoio ao governo João Henrique. São resoluções duvidosas, que não deixam as questões claras, que fazem arrodeios para dizer quase nada. Mas que não conseguem esconder o oportunismo político dos seus defensores. Oportunismo de quem não quer partir para o confronto, de quem não quer travar a boa luta, justamente porque não querem perder o seu pedaço (agora ou depois) no podre bolo do poder municipal. Por seus interesses próprios, castram os interesses do partido.

Por isso tudo é que quero aqui manifestar o meu integral apoio à proposta do companheiro Paulo Pontes, no sentido de que levantemos já a discussão da sucessão municipal. Contra a política conciliatoria dos oportunistas vamos sim construir a candidatura prápria. Mesmo que tenhamos de bancar um plesbicito. Mesmo que tenhamos de bancar um anti-candidato! O coletivo 213pt com certeza abraçará esta proposta.

Vamos nos unir e dizer alto e bom som:

SENHORES, CASTREM-SE A SI PRÓPRIOS MAS NÃO CASTREM O NOSSO PT!
Orlando Miranda
Pres. Diretório da 13ª Zona

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